domingo, 23 de janeiro de 2011

O Natural do Ser




Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros assim como eu vos amo.
                                                               João 15:12

Contemple uma rosa. É possível a rosa dizer : ”Ofereço o meu perfume aos bons e o nego aos maus”?
Ou pode imaginar uma lâmpada recusando a sua luz ao malvado? Ela só conseguiria fazer isso, deixando de ser lâmpada.

Observe como a árvore não tem outro jeito senão dar sombra para todos, indiscriminadamente, bons e maus, jovens e velhos – até àquele que quer cortá-la.

Da mesma maneira que a lâmpada brilha sem nenhuma preocupação de estar ou não iluminando os outros, ou da mesma maneira que a rosa solta o seu perfume, simplesmente porque não tem outra coisa a fazer, mesmo que haja ou não haja alguém pra cheirá-la, e ainda da mesma forma a árvore oferece sua sombra pra todos.

Assim é o Amor.

Como o Amor, essas coisas existem sem levar em conta as pessoas. Quem elas são ou deixam de ser.

O Amor apenas existe, não tem objeto.

O perfume da rosa, a luz da lâmpada e a sombra da árvore, apenas existem, independente de alguém se beneficiar ou não dos seus atributos. Existem naturalmente.

É assim o Amor que você diz que existe aí dentro?

Ou ainda está amando os de sua preferência? Os que correspondem às suas expectativas?
Se assim for, pode ser gosto, paixão, atração, tesão. Não se engane, pois essas coisas estão longe de ser amor.

Sim. Pois, na base do “ Eu porém vos digo...”, Jesus nos mostra o absurdo do amor incondicional, que não existe porque simpatizou com algo ou alguém, mas que existe porque não há outra coisa a fazer, a não ser amar.

E amando, despertará em quem for alcançado, a límpida sensação de enxergar sob a luz da Palavra, de distinguir a fragrância do Sagrado e de descansar à sombra da Esperança..

Assim como a luz da lâmpada, a sombra da árvore, o perfume da rosa e Jesus, assim sejamos uns com os outros, entregando-nos em total simplicidade para amar, sem cor, sem raças, sem crenças, sem fé, sem tamanhos, sem objetos, sem nada. Pois assim como é o Amor, é a loucura do Evangelho.

“Logo, se é loucura, então não pode ter razão”.  

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