quarta-feira, 1 de junho de 2011

MINHA CASA E OS NINHOS AFETIVOS



Diariamente, o nosso lar tem se transformado em um enorme e contagiante picadeiro, palco da mais doce e sincera alegria, onde os bufões se encontram com o simples propósito de transmitir e arrancar os sorrisos daqueles que apenas o desejam.
A platéia, ao contrário das convencionais, participa de tudo. Tornam-se artistas também. Apresentam o seu espetáculo com todos os números possíveis. Assim, todos juntos em um único palco, o da vida alegre, rimos uns com os outros e nos tornamos o centro das atenções celestes, aqui na terra.
Sim, pois os céus contemplam a alegria!
Alegria que é transformada em saudade, sempre que me ausento dela, seja por qualquer instante de tempo, ou por qualquer pedaço de espaço. Eu sinto saudades da minha casa. Sinto saudades do seu aconchego, do seu calor, que às vezes é tão frio.
Há... que bom seria que todos os homens e mulheres sentissem saudade dos seus lares.                    
Experimentem!!!

Ontem, de súbito, fui tomado pela sensação de estar vivendo dentro de um ninho, pode ser um ninho de amor, pode ser um ninho de paz, não me importo, quero que seja um ninho. O que não pode é que ele seja um ninho de infelicidade, de desafeto, de desapreço. 
Tem que ser um ninho, mas um verdadeiro ninho.
Assim como aquele ninho de pardais que já há quase um ano, se fez no telhado do nosso terraço, na lateral da nossa casa. Foi descoberto pela minha esposa, e que por sugestão dela, deixamos lá até hoje. Dizem que os pardais são uma espécie de praga. Se são uma praga eu não sei, o que sei é que a minha sensação de estar vivendo em um ninho, partiu depois de ter contemplado esse, que está no meu telhado.
  O cuidado com que a mãe pardal trata os seus, é totalmente responsiva e agradável à ela, pois passa o dia com os seus vôos à busca de alimento. E é só a mãe chegar, para que eles abram os seus bicos e gritem pedindo comida. Coitadinhos... nada sabem sobre a vida ainda, mas sabem que comer é preciso e totalmente indispensável.
Lembrei do Cristo, quando disse: “Observai as aves do céu…”
Fiquei ali observando e tive medo que a mãe pardal me visse e soubesse que sou homem. Pois, segundo Bachelard, “o homem deixou de ter a confiança dos pássaros”.
Mesmo assim, fiquei imóvel em baixo do ninho, apenas por precaução de tomar o cuidado de não deixar nenhum dos seus filhotinhos caírem no chão...Estava disposto a segurá-los com as minhas mãos e devolvê-los ao seio da sua mãe e ao calor do seu ninho.

"Meu amado Deus... quando ao trepidar de minhas asas, eu quiser alcançar uma altura na qual ainda não esteja preparado, me segura com as tuas mãos, se porventura eu cair...


...Mas eu quero voar!!!
Hosana nas alturas!!!
               
                                                       Douglas Elle

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