Ele chegou.
Sim, o tempo das igrejas emergentes chegou. E eu sou uma delas.
Gosto muito das definições que a Física dá ao termo: “ aquele que sai de um meio, depois de havê-lo atravessado; que procede de; que resulta “.
Pois, estamos saindo desse meio que, exerce a fé como força dirigida a Deus, obrigando-o a se mover e agir em favor dos que clamam fervorosamente. Estamos atravessando para o lado da fé que, prefere ser uma coragem sobrenatural para enfrentar os muros da existência e encarar as contingências do mundo sem deixar de ser um humano fraco e dependente.
Saímos desse meio que, desesperadamente tentam se tornar obedientes e puros, acreditando que apenas desta forma, passarão pela existência sem sofrer nenhum dano, nem um mal, pois leram nas escrituras que “ mil cairão à sua direita e dez mil à sua esquerda e nenhum mal chegará até ele ”. Atravessamos para o lado onde sabemos claramente que a nossa relação com Deus, não nos reveste de um campo de força e nem nos blinda de todos os percalços no qual estamos sujeito a encontrar no decorrer desta jornada de vida.
Saímos do meio em que, se acredita que é necessário fazer algo pra conseguir uma recompensa celestial, e atravessamos para o lado onde somos todos participantes e convidados para a festa no castelo do reino de Deus.
Saímos do meio onde, o medo do inferno move a fé da grande maioria e a busca desenfreada para a resolução dos problemas efêmeros, são o combustível que fazem caminhar. Atravessamos para o lado onde sabemos que a Graça, é semelhante à final de um campeonato que, mesmo após o apito final, a equipe perdedora é convidada a brindar com champanhe.
Saímos do meio de onde se vende e se compra Deus a troco de banana, por preços que variam de um milagre emergencial até uma reviravolta financeira. Atravessamos para o lado da margem que se rende ao poder do altíssimo, apenas por saber que a sua misericórdia alcança tanto os bons como os maus.
Diferente do que muitos profissionais da religião andam professando e definindo por aí, nós procedemos do amor, ou melhor, do desejo de tê-lo e expressá-lo de uma forma bem simples, sincera e singular, pois do meio de onde saímos não tínhamos o amor como principal fonte.
Esse é o modelo de igreja que eu sou.
Uma igreja andante, que faz parte de um mundo real e está localizada na geografia das mentes e dos corações que queiram ser transformados pela graça que nos basta.
“ E pensar que, que já há algum tempo, pra ser Igreja, não tenho me revestido das vestes eclesiásticas, tenho me vestido com as roupas da minha humanidade “.
Douglas Elle