quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

IN MANUS TUAS COMMENDO SPIRITUM MEUM


E quando estiver lá no finzinho, depois que os cenários estiverem desmontados, as fantasias rasgadas, baixadas as cortinas, desfeitas as maquiagens, acabado o texto, morto o personagem?

Sobreviverei eu ao encontro de mim mesmo?

Resistirei ao me deparar com os olhares alheios, escaneando e revelando uma sequência inteira das minhas performances?

E aquele que você imitava? Perguntarão.

Gostava mais daquele dos fins de semana. Insistirão.

 Desço as escadas do palco com muito medo e angústia, por saber que encarar a verdade de mim mesmo será a derradeira sentença de morte a que serei submetido.

Mas estou decidido a fazê-lo.

Cansei de interpretar.

Já se passaram 29 anos e agora decidir ser quem eu nunca fui.

Principalmente depois de descobrir que nenhuma mascara pode ficar grudada em meu rosto.

Em instantes espirarei...

...é por isso pai, que “EM TUAS MÃOS, ENTREGO O MEU ESPÍRITO”.


DOUGLAS ELLE

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

UM APOCALIPSE CONTEMPORÂNEO



ALELUIA!!!!!!

Foi o grito ensurdecedor da minh’alma no dia de ontem 06/12/2012.

Não. Não é mais uma data do fim do mudo ou coisa parecida.

É o dia em que enxerguei as luzes do meu entendimento clareando e revelando as linhas, cores e objetos do presente a ser vivido.

E vi que já há mais de 2 mil anos Ele veio, depois de ter passado três dias construindo um lugar maravilhoso pra servir de santuário, enquanto que ensinam a esperar por ele num futuro tão tão distante, que do jeito que sou impaciente e enjoo fácil das coisas já o teria substituído por outro. Sei lá! Acho que Buda. É mais humanista!

Também vi uma mar de fogo e enxofre, onde haviam choro e ranger de dentes, nos lares onde as razões egoístas e as relações individualistas geram filhos que crescem com ódio e rancor na alma, transbordando as espumas de suas angústias nos barris das drogas e das vitrines hedonistas, que prezam  e priorizam a beleza dos seus sepulcros.

Aquele que testifica a respeito de todas essas coisas diz mais uma vez: “EU JÁ ESTOU ENTRE VOCÊS, CHEGUEI HÁ MUITO TEMPO, PORTANTO ME COMAM E ME BEBAM...”


Por
DOUGLAS ELLE

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

GOIABAS ROUBADAS




Eu também tenho mais perguntas do que respostas. Mas das respostas já não faço questão. Madame Guyon disse que “se as respostas às perguntas da vida são absolutamente necessárias para você, então esqueça a viagem. Você nunca chegará lá, pois esta é uma viagem de incógnitas, de perguntas sem resposta, de enigmas, de coisas incompreensíveis e, principalmente, injustas”. Andamos por fé. A fé não tem a ver com certezas, mas com confiança. Confiança em Deus, seu caráter justo, amoroso e bom. Jesus também fez uma pergunta e não obteve resposta. O que lhe doía não era a a falta de explicações, mas o desamparo. No dia da tragédia não precisamos de respostas, precisamos de alguém. Deus é suficiente para compreender nossa perplexidade, assumir posição de réu sob nossas dúvidas, e sofrer o peso da nossa dor. Assim creram os antigos: Deus é nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na tribulação, pois nem a morte, pode nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Eu também choro. Sei que a vida continua, que não posso ficar preso ao passado, que devo levantar a cabeça e seguir em frente, que tenho ainda minha própria vida para viver… Mas antes preciso chorar. Preciso acolher meu sofrimento, dar a ele boas vindas, permitir que a tragédia faça seu caminho até o mais profundo do meu coração, fazer com que a dor traga de volta lembranças abafadas pela correria da vida, promova arrependimentos, desperte sonhos adormecidos, traga para a luz memórias de afeto e alegria. Assim posso purgar tudo isso sem medo, vencer a escuridão com a coragem de chorar. Oferecer minhas lágrimas como a mais legítima das orações e o meu pranto como o mais sublime tributo de amor. Jesus também chorou diante da morte. Deus é suficiente para nos outorgar perdão, redimir palavras e gestos, recolher as palavras e gestos que jamais deveriam ter ganho concreção, e dar destino ao que ficou por dizer e fazer. Deus é bom e sabe amar, capaz de enxugar nossas lágrimas e dar sentido e significado ao nosso sofrimento. Assim creram os antigos: a tribulação produz.

Eu também fico indignado. Também não me conformo com os desmandos de um país que agoniza sob incompetências, negligências, imperícias, imprudências, e, principalmente, a corrupção sistêmica e a injustificada impunidade. Mas não vou permitir que isso me torne cínico e cético. Vou dar mais ouvidos aos idealistas, me agarrar às forças das utopias, me deixar levar nas asas da esperança. Vou arregaçar as mangas, arar a terra e semear o solo regado com o sangue dos justos e inocentes. Vou repartir como meu próximo os frutos do meu sofrimento, compartilhar o labor com tantos irmãos que ainda não se curvaram diante da mediocridade, não se deixaram vencer pelas forças das trevas, e não se intimidaram face aos promotores e mantenedores da morte. Jesus também sofreu, e não desistiu. Jesus também morreu. E sua ressurreição é não apenas convocação para a luta, mas garantia de vitória.
Assim creram os antigos: eu sei que meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra!


 Goiabas Roubadas não se assinam...

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

CONFISSÕES DE UM RECÉM NASCIDO




(que não quer ser gente grande...)

O crescimento faz parte do ciclo da vida. É natural do ser que nasce, alcançar uma estatura mais consistente e estruturada. E com o passar dos anos, de acordo com as fases experimentais desse ciclo, o indivíduo adquiri novas informações, novos conhecimentos, novas descobertas, que são aplicadas durante a viagem no período da existência.
Mas, nesse pouco tempo de vida, tenho visto um “efeito borboleta inverso”, pois ao invés de arrebentarem com o casulo, as pessoas estão se revestindo deles cada vez mais. E sob um pretexto de segurança individual, se veste com as várias capas, que são apresentadas com as mais belas e magníficas pinturas, pois elas tem medo de serem vistas como realmente são e a partir desta descoberta, vir à tona todas as suas imperfeições e defeitos de fábrica.

Portanto, se pra crescer eu tenho que viver nos moldes dessa vida carcerária, tomei uma decisão de que “não quero ser gente grande “.  

Não quero ser gente grande. Se quando for gente grande, eu ter que comprar a satisfação dos meus prazeres nas esquinas das cidades.

Não quero ser gente grande. Se pra ser gente grande, eu tenha que me adaptar aos padrões estabelecidos, só pra fazer parte da galera.

Não quero ser adulto. Se pra ser adulto, eu ter que jogar fora as minhas maiores amizades e os meus melhores amores, sob um pretexto vazio de agir apenas pela razão.

Prefiro não ser adulto. Se quando for adulto, não puder mais brincar de “bola de gude” ou de “boca de forno” com as crianças, simplesmente por acharem que não sou ainda maduro suficiente.

Prefiro não crescer. Se quando estiver grande, pra alcançar os meus alvos, eu ter que subir as escadas feita pelos corações machucados dos meus semelhantes.

Prefiro não crescer. Se quando eu crescer, ter que acreditar numa religião que reprimi todos os meus desejos e vontades.

Não quero deixar de ser criança. Se pra deixar de ser criança, eu tenho quer entender que o conhecimento de Deus se limita apenas a um livro de capa preta de nome “Bíblia Sagrada”.

Não quero crescer. Se no meu crescimento, aprender que existe um Deus que é totalmente amor e que esse mesmo Deus tem um lugar de tormento eterno pra aqueles que não obedecerem às regras.

Não quero crescer. Se quando crescer, eu não puder usar um crucifixo pendurado em meu pescoço, simplesmente por dizerem que estou adorando imagens.

Não quero ser mais adulto. Se quando for adulto e me converter a uma religião, eu ter que abandonar todas as minhas amizades verdadeiras, simplesmente por eles não fazer parte do meu mundo e por eu “não ser mais do mundo”.

Não quero crescer. Se quando crescer, eu tenha que deixar de ser eu, pra me vestir de personagens que correspondam às expectativas dos outros.
Não quero crescer. Se crescer significa ser um erudito de conhecimento, mas em contra partida ser um analfabeto nas ações.

Não quero deixar de ser criança. Se deixar de ser criança, significa não reconhecer os meus erros e fraquezas, apenas por carregar dentro de mim a certeza de que sou irrepreensível.

Por essas e outras coisas, tomei minha firme decisão de não querer ser gente grande. Pois ouvi dizer que, gente grande não é mais criança. E quem não é mais criança, não consegue enxergar a beleza das coisas como elas são.

Deus é beleza.
E descobri que só as crianças enxergam a beleza nas coisas ao seu redor.

Por
DOUGLAS ELLE

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

COMAMOS E BEBAMOS, QUE AMANHÃ ESTAREMOS OFFLINE




Tirar todas as suas dúvidas (e substituir por dúvidas novas) é o objetivo primo e máximo da nossa comunidade cristã. 

Já pensou nisso??? 

Travam lutas incessantes a respeito de céu e inferno, de como os homens farão ou quantos e como irão para um ou para outro lugar. 
Enquanto que o Mestre pede pra permanecermos santos enquanto vivos... 

Hora acredita-se que, uma tal de “graça” é a responsável pela ascensão do homem ao infinito particular, hora substituem pela “fé” ou pelas “obras”. 
Ao passo que o Cristo já fez tudo na cruz... 

Os mais bobos, abrem novas igrejas para difundirem as suas geniosas ideias e os desavisados investem nas suas teses contrárias. 
Enquanto que Jesus abraçou tudo e todos num gesto de amor... 

Diante de todas essas novas dúvidas, só me resta dizer: comamos e bebamos, que amanhã estaremos off-line!

Por
DOUGLAS ALVES

domingo, 22 de julho de 2012

Nascer de novo



Certa vez um homem questionou Jesus de como seria nascer de novo e o perguntou também se deveria entrar novamente no ventre de sua mãe para que a ordenança do mestre se fizesse concreta. E como todas as suas respostas: diretas, sinceras e sem nenhum tipo de maquiagem de linguagem Ele respondeu a esta pessoa dessa forma:

“Para que haja um novo nascimento é necessário que se lave de tudo aquilo que o manteve sujo por vários e vários anos. Que sua mente e seu coração voltem a pensar e a bater como de um alguém que nunca viu o mundo. Que doa novamente abrir os olhos pela primeira vez. Que caia antes de dar o primeiro passo. Que aprenda a ouvir e a falar. Que sorria das coisas bestas que todo recém-nascido sente alegria. Que os vícios sejam comer chicletes e brincar até tarde na rua com os amigos. Que o primeiro beijo seja de fato inesquecível e eterno. Que o: Sim Senhor (a) volte a fazer parte dos diálogos. Que a petição da benção quando o relógio der 6 badaladas da tarde se faça presente. Que o cheiro da terra molhada, os cânticos dos pássaros e a primeira muda plantada seja exercício diário. E que, as palmadas que nossos pais nos davam quando éramos crianças sejam vistas como gesto fraternal de alguém que nos ama tanto que prefere nos educar dentro de casa do que sermos educados por estranhos lá fora”.

Depois dessa pequena retorica o homem entendeu e não mais questionou Jesus sobre o nascer de novo.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

A UTOPIA DA FAMÍLIA FELIZ




Que todos desejam ter uma família feliz e equilibrada, isso é fato consumado.

 Há três semanas, quando estávamos no momento dos pedidos e agradecimentos da reunião do ECO, foi impressionante ver que todos os participantes, sem exceção, fizeram os seus relatos e pedidos de oração em prol de suas famílias. Uns desejavam o restabelecimento da união entre os irmãos, outros quase que imploravam a volta da união conjugal dos pais, ainda aqueles que pediram pelo retorno da paz ao lar.

Diante de tudo isso, pude perceber que o sonho de se ter uma “família feliz”, de certa forma tem se tornado uma utopia, mas nem por isso algo falso.
A utopia é que esperamos uma transformação em nosso meio de convivência, a partir da mudança de atitude das outras pessoas, dos nossos parentes e amigos e esquecemos que em primeiro lugar devemos olhar para o nosso focinho, observar onde e o que podemos fazer para reverter esse quadro tão drástico. A primeira atitude deve ser a minha!
Outro ponto que deve ser observado, é que existe dentro de nós, esse desejo, essa vontade de transformar o nosso lar, a nossa casa. A partir daí, surgi uma nova esperança: “a de ter uma família feliz”.

É certo que, acabar de uma vez por todas com as desavenças da casa, é logicamente impossível e essa não seria a proposta inicial de Cristo, mas a de suportar em amor e com amor todos os percalços e diferentes modos de ser, de pensar e de agir.

Se a popular e bem-humorada frase “acontece nas melhores famílias” indica que há problemas em todas elas, isso não é razão para que seja decretada a falência familiar. A própria caminhada já percorrida oferece ingredientes essenciais para sua transformação. E mais do que isso: pode glorificar o nome de Deus e abençoar outros.

Eu sei que o ambiente e o tempo atual, depõe contra o título deste artigo, mas acredito que dentro de cada casal, dentro de cada filho, de cada irmão, de cada sogra, tem uma dose de fé, de alegria e de fidelidade, tem um potencial de comunicação e liderança, que são elementos necessários para que a utopia de Deus se concretize em sua família.



 DOUGLAS ALVES

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