Retalhos da minha vida

Lembro-me bem de quando eu era menor que minha mãe me cobria com um cobertor um tanto esquisito, porém lindo.
Me fascinava as suas cores exuberantes e como me aquecia em noites frias.
Diversas cores faziam dele o mais belo cobertor.
Como criança que costuma tudo perguntar, perguntei a mamãe (a única forma na qual a chamo), como era feito aquele lindo cobertor.
E como sempre pronta pra responder ao seu curioso filho, com aquela voz mansa que só ela fala me respondeu:

-Quem faz esses cobertores é a sua vó.
-Serio? Atônito perguntei.
-Sim, ela recolhe pedaços de retalhos de roupas velhas e o resto que sobra de suas criações e faz esse lindo cobertor. Por isso tão colorido.

Não podia deixar de começar essa crônica sem me lembrar dos tempos de moleque, de quando a vida era feita de perguntas e as responsabilidades viravam brincadeiras.

Hoje, comecei a perceber que seguir a Jesus é como costurar um grande cobertor, onde recolho retalhos do meu passado, emendo-os as coisas velhas que todos os dias jogo fora e costuro-os aos restos dos meus melhores pensamentos.

Alguns retalhos de cores fortes e intensas como o preto, o azul escuro e o roxo. Outras mais alegres como o azul claro, o laranja, o verde, o vermelho. E outras mais ricas como o dourado, o azul purpura e o cinza metálico.

Concluo declarando que como minha vó tento ser costureiro, não de roupas, mas, da minha vida. Onde o desejo maior é de juntar todos os retalhos, transformando num lindo cobertor no qual possa deitar-me sem que me preocupe com o que ERA, É, e SERÁ.