domingo, 29 de abril de 2012

Cego, surdo e mudo



Andei, andei e andei.
Até que me achei.
Por entre as complicações da vida.

Mas, me achei.

E, encontrei pessoas.
Encontrei sentimentos.
Encontrei o que nunca pensei que encontraria.

E, conversei sobre a vida.

Sobre a fé.
Sobre Deus.
Sobre o amor.

Mas, conversei tanto que estressei.

Comecei então a ouvir.
Ouvir as pessoas.
Ouvir o mundo.
Ouvir o que todos ouvem.

Mas, de tanto ouvir fiquei surdo.

Resolvi então enxergar.
Enxergar as pessoas.
Enxergar o mundo.
Enxergar o que todos enxergam.

Mas, de tanto enxergar fiquei cego.

Comecei a andar novamente.
Guiado por ninguém.
Nem sequer um cão guia.

E, me perdi.

Mas, perdi de perder-se.

Resolvi então parar, pois não quero me perder mais do que já estou perdido.
Só depois de estar cego, surdo e mudo, percebi que preciso de um norte.
Mas, norte de direção divina, a fim de que Ele faça um milagre e me cure dos olhos, da língua e dos ouvidos...

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Como surgiu o fim de tarde?



Com seu pincel melado de tinta e olhar detalhista, pegou mais uma de suas telas e resolveu pintar um quadro como costuma fazer todos os fins de tarde.
 
Logo começa a imaginar o que poderia ser pintado e começou a pensar:

-Quem sabe uma floresta? Pensou. Mas, lembrou-se que já tinha feito uma dessa.
-Quem sabe alguns animais? Porém, essa também Ele já havia pintado.
-E quem sabe um céu surrealista cheio de pontinhos brilhantes?
Todavia, também já tinha feito.
-Já sei! Irei pintar um mar com variações de verdes e azuis.
Entretanto, recordou que já tinha feito uma tela que a denominou “O DILUVIO”.
Então, vendo que já tinha pintado tudo aquilo que imaginara naquele momento, respirou fundo e optou por sair do comum e preferiu brincar com as cores pintando num azulejo com seus dedos. (Pintar com os dedos no azulejo é uma arte fantástica)

E, quando terminou “viu que era muito bom”.

Depois desse dia Ele prefere brincar com as cores e expor suas obras de arte todo fim de tarde no céu, a fim de que aqueles que observam suas obras aprendam a tirar um momento para sair do convencional e brinquem, não como gente grande, mas, como crianças.

E assim surgiu o fim de tarde...

domingo, 8 de abril de 2012

Milagres


Há pessoas que costumam teorizar a vida. Eu não a teorizo, pois ela foi criada para ser vivida, experimentada, como o bolo de chocolate da vovó e o algodão doce que causa carie.
E partindo deste principio que comecei acreditar em milagres. Não aqueles que vemos nos programas Telê evangelísticos. Mas aqueles que passam despercebidos em nosso dia a dia.

Bem colocada às palavras dos compositores Herbert Vianna e Paulo Sérgio Valle que ficou bem conhecida na voz de Ivete Sangalo:

 “... Se eu não te amasse tanto assim
Talvez perdesse os sonhos
Dentro de mim
E vivesse na escuridão
Se eu não te amasse tanto assim
Talvez não visse flores
Por onde eu vim
Dentro do meu coração...”

Isso é o natural do ser, VIVER.

Contemple o sol, todos os dias ele nasce e morre de forma inexplicável.
Contemple a lua, sempre roubando o brilho do sol que misteriosamente permite que seja furtado.
Contemple o mar, sempre fazendo o mesmo movimento, levando as coisas ruins e fazendo tudo novo outra vez.
Contemple as sementes, tão pequenas que nem se acredita que irão virar arvores.
Contemple o vento, ninguém sabe de onde vem e nem para onde vai apenas se sente.
Contemple os pensamentos, eles se montam em nossas cabeças como um grande quebra-cabeça formando sempre um lindo quadro.
Contemple a vida, estamos vivendo.

“Não há milagre maior do que esses, não há milagre maior do que os sentimentos, não há milagre maior do que amar o suficiente para ver flores nos lugares que sempre achamos que não tinha nada para ser contemplado”.

Paz e Bem

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